Ford Fusion x Chevrolet Malibu x Hyundai Sonata
- Passione à primeira vista
Dois americanos e um coreano em um eletrizante comparativo em três capítulos
Por Luiz Guerrero
No mundo da ficção, o prédio que aparece ao fundo desta foto é a sede da Metalúrgica Gouveia, palco das grandes intrigas na novela das oito, "Passione". Na real, é um moderno centro administrativo erguido no bairro do Brooklin, em São Paulo. Mas tanto os personagens fictícios - que, na novela, dirigem carros da Kia - quanto os reais formam o público para os quais os três sedãs deste comparativo são destinados. Nosso enredo é estrelado por dois protagonistas de origem americana - o Chevrolet Malibu e o Ford Fusion - que disputarão espaço com o Sonata, um jovem e talentoso sul-coreano. Acompanhe a trama.
3º CHEVROLET MALIBU LTZ
GOSTAMOS:
Agilidade de carro pequeno em corpo
de carro grande
PODE MELHORAR?
A suspensão só se entende com
asfalto liso
CONCLUSÃO:
Um belo carro em fim de linha
O Malibu já entra em desvantagem neste comparativo: em mais alguns meses, será substituído pela nona geração, construída sobre uma das plataformas mais avançadas da marca em todo o mundo, a Epsilon II. Mas não foi este fato que determinou o terceiro lugar para o sedã da Chevrolet e sim a soma de pequenos detalhes que, juntos, acabam tornando a nossa convivência com o carro menos agradável que com os demais modelos reunidos neste teste.
Não há alças de apoio no teto, por exemplo. Nem dutos de saída de ar refrigerado para os passageiros do banco traseiro - que, a propósito, conta com três cintos de três pontos e apenas dois apoios de cabeça. Em porte, o Malibu é maior e tem entre-eixos mais generoso que Fusion e Sonata, mas o túnel central elevado tira o conforto de um eventual quinto passageiro. E a capacidade do porta-malas é a menor entre os concorrentes
Em estilo, o carro divide opiniões. Se impõe pela dianteira, mas perde o encanto quando é visto de traseira. A suspensão sofre bastante em terreno irregular. E não se pode atribuir o problema à alta quilometragem do carro avaliado (quase 9.000 km), pois o Malibu apresentava o mesmo comportamento aos 3.300 km, quando foi testado pela primeira vez (C/D 31). As qualidades, no entanto, se mantiveram inalteradas. A direção tem excelente peso - e contribui para a agilidade do carro no trânsito - e o bom motor de 171 cv associado a uma caixa automática de 6 marchas de boas respostas leva sem esforço o conjunto de mais de 1,5 tonelada.
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O Malibu oferece amplo espaço, mas peca em detalhes - como não contar com alças de apoio no teto. A transmissão é sequencial de 6 marchas com um confuso seletor para trocas manuais no volante. O forte do carro é a agilidade
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2º FORD FUSION 2.5 SEL
GOSTAMOS:
Direção, suspensão, motor
PODE MELHORAR:
Acabamento, ergonomia
CONCLUSÃO:
Um coreano ocupou a vaga do mexicano
No último comparativo em que tomou parte (um confronto que reuniu Honda Accord 2.0, Citroën C5 2.0, e Chevrolet Malibu 2.4, na C/D 31), o Fusion 2.5 atropelou os concorrentes. Em todas as comparações envolvendo o sedã da Ford, sabíamos que os adversários não teriam vida fácil - o Fusion sempre se destacou notadamente pelo atraente custo-benefício e pelo bom conjunto mecânico. O reconhecimento pelo desempenho são as boas vendas (só este ano, até agosto, 6.674 unidades saíram das lojas).
O Fusion reinou, merecidamente, com certa tranquilidade. Reinou até encontrar um adversário recém-chegado com nome de peça musical - e que já começou a fazer barulho de concerto punk na garagem dos sedãs médio-grandes.
Ficar atrás de um competidor que traz para o segmento ares de modernidade, alta dose de tecnologia e que cobra preço alcançável pelo que oferece não é demérito. Mas é sinal de que a Ford precisa reagir para não perder terreno. Uma reforma interna, com a aplicação de um pouco mais de capricho no acabamento, por exemplo, faria bem ao Fusion. Nosso carro de teste, com 4.600 km rodados, exibia peças de arremate soltas e aspecto de envelhecimento prematuro do plástico do painel. Estamos falando de um carro de quase R$ 85 mil.
O conjunto mecânico, no entanto, mostrou-se íntegro. Na pista, apresentou o melhor desempenho. Na estrada, manteve velocidade de cruzeiro com segurança, bebeu moderadamente e ofereceu espaço de sobra no porta-malas. E na cidade, seus bancos bem moldados acolheram com conforto até cinco passageiros.
O problema é que o Fusion foi ofuscado por um rival à altura: perdeu a vaga diante dos restaurantes da moda.
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A Ford precisa dedicar mais atenção ao acabamento do Fusion, se quiser continuar vendendo bem. Também poderia trocar o grafismo do quadro de instrumentos. Ao volante, ele é impecável
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A operação dos principais comandos do Sonata é intuitiva e o acabamento interno, impecável. A caixa sequencial de 6 marchas permite trocas manuais pelas borboletas na coluna de direção
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1º HYUNDAI SONATA 2.4
GOSTAMOS:
Estilo, vida a bordo, transmissão
PODE MELHORAR:
Direção mais interativa
CONCLUSÃO:
Ele chegou para fazer barulho
Quando organizamos este teste, o Sonata ainda não havia chegado às lojas - a Hyundai nos cedeu um dos únicos carros existentes no País, na ocasião. Atribuímos a isso o fato de o modelo despertar tanta curiosidade nas ruas. Mas só nos demos conta que tínhamos nas mãos algo realmente inovador quando alinhamos a novidade ao lado do Fusion e do Malibu: de uma hora para outra, alguns dos sedãs considerados referência no segmento se tornaram obsoletos perto do Sonata. O caminho para a vitória no primeiro comparativo do qual o coreano tomou parte começava ser aberto.
Um dos carros mais procurados pelo comprador americano nos últimos meses, o Sonata deve ter a mesma aceitação no Brasil por oferecer generosa dose de conteúdo servida em embalagem atraente - e por um preço que fará os financistas de outras marcas reverem suas planilhas.
Produzir arrojo é algo que os grandes estilistas automotivos vêm fazendo há anos. Mas poucos conseguem agregar elegância a um estilo arrojado. É exatamente o que se percebe no Sonata, um sedã com ares de cupê. A carroceria é recortada por vincos e saliências que compõem um conjunto de linhas fluidas e que sugerem movimento contínuo conforme a incidência de luz e de sombra na superfície das chapas.
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O motor 2.4 tem a maior potência e o torque mais elevado que Fusion e Malibu. Mas o desempenho ficou apenas na média
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Dois detalhes merecem atenção: o prolongamento dos vincos do capô para a grade cromada e a linha lateral ascendente onde foram aplicadas as maçanetas. A junção das peças é impecável: todas as folgas têm a mesma tolerância, um cuidado que parece ter sido relegado nos outros dois sedãs deste teste. Igual esmero de construção se nota no interior. Os encaixes dos módulos plásticos do painel em preto e cinza são precisos e transmitem percepção de qualidade.
O Sonata tem todos os equipamentos e acessórios encontrados no Fusion e no Malibu. Mas apresenta estes atributos de maneira mais evidente. Operar os comandos do ar digital ou do som (que conta com controle remoto no volante) é intuitivo. O banco do motorista tem duas posições de memória e recua quando a ignição é desligada para voltar ao lugar predeterminado quando se aciona a partida. É o único, entre os três, que aderiu ao cartucho no lugar da chave: a partida é feita por um botão.
A iluminação do quadro de instrumentos é feérica, em tom de azul. Uma pequena tela, entre o velocímetro e o conta-giros, reproduz as informações do computador de bordo (operado por botões no raio do volante) e do sensor de estacionamento. Os bancos, em couro sintético, abrigam bem o corpo, mas não são tão confortáveis quanto os do Fusion. O espaço é generoso para quem viaja no banco traseiro, mas falta cinto de três pontos para o quinto passageiro. Os quatro assentos podem ser aquecidos.
Na pista, o Sonata apresentou números ligeiramente inferiores aos do Fusion, embora seja equipado com motor mais potente, transmissão mais moderna e apresente a melhor relação peso-potência. A única opção de motor é o quatro cilindros 2.4 16V de 198 cv (6.300 rpm) associado a uma caixa automática sequencial de 6 marchas - tecnologicamente superior em comparação ao câmbio do Fusion e do Malibu. A suspensão segue a mesma fórmula dos outros dois sedãs, mas sua calibragem mostrou-se menos bem resolvida que a do Ford. O uso de pneus de perfil 50, como nos outros dois carros, poderia filtrar o terreno com mais eficiência - o Sonata calça pneus Kumho Solus 225/45 em rodas de 18 polegadas.
A chegada do Sonata trouxe uma grande dor de cabeça à Ford e à Chevrolet. E também à própria Hyundai que vende o Azera a preço próximo da novidade (R$ 85 mil). A equação, pelo menos para os coreanos, é mais simples de ser resolvida: em 2011 chega o novo Azera que irá se distanciar alguns degraus do Sonata. É o Hyundai que terá a missão de perseguir o Fusion V6.
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O perfil é de um cupê, mas o espaço interno é de sedã. Os quatro assentos contam com aquecimento. O Sonata vem com teto-solar duplo de série
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Fiat Strada Sporting
Picape aposta no visual diferenciado para se manter no topo do segmento
As picapes pequenas sempre foram vistas como carros de perfil esportivo, voltados mais para o lazer do que para o trabalho pesado. A Fiat foi uma das primeiras montadoras a identificar esta tendência com a Strada, que oferece visual diferenciado e qualidades antes restritas aos automóveis de passeio.
Uma das novidades da linha é a Strada Sporting, que chega para se somar ao vasto portfólio de versões do carro. São três versões de acabamento (Fire, Trekking e Adventure), com duas opções de motorização (1.4 e 1.8 16V) e outras três de carroceria (simples, estendida e dupla).
No entanto, o cronograma de lançamento da picape sofreu alguns atrasos e o projeto acabou sendo engavetado.
O tempo de espera do projeto serviu para que a Fiat realizasse algumas mudanças no carro. A maior delas foi a substituição do antigo motor 1.8 8V pelo moderno 1.8 16V e.TorQ, que entrega 132 cv com etanol e 130 cv quando abastecido com gasolina. O torque é de 18,9 mkgf com etanol e 18,4 mkgf com gasolina, ambos a 4.500 rpm. Segundo a Fiat, foram realizadas mudanças na calibragem da suspensão (rebaixada em 10 milímetros), relação do diferencial, motor e câmbio.
O visual diferenciado é outra arma da Strada Sporting. A picape passou por um banho de loja e ganhou faróis com máscara negra, saias laterais, molduras nas caixas de roda, spoiler dianteiro, rodas de liga leve de 16 polegadas, barras longitudinais no teto e acabamento prateado nas molduras dos faróis de neblina, grade dianteira e capa dos espelhos retrovisores.
Por dentro, o veículo ganhou soleiras com o nome da versão, volante revestido em couro com costuras vermelhas, bancos com revestimento exclusivo, manoplas do freio de mão e do câmbio com detalhes em vermelho, pedaleiras e cintos de segurança na cor... vermelha.
Entre os itens de série, a Strada Sporting oferece ar-condicionado, direção hidráulica, computador de bordo, vidros elétricos com função um-toque e antiesmagamento, travas elétricas, coluna de direção com regulagem de altura, janela traseira corrediça, protetor de caçamba, porta-óculos e estepe com roda de liga leve.
A lista de opcionais inclui sensores de chuva e crepuscular, retrovisor interno anti-ofuscante, controle elétrico dos espelhos retrovisores, teto solar, capota marítima, rádio CD Player com reprodução de arquivos em MP3 e entrada auxiliar USB, Bluetooth e o pacote HSD (High Safety Drive), composto por airbag duplo e freios com sistema anti-travamento (ABS). A Strada Sporting é vendida pela Fiat como uma série especial e chega às concessionárias por 46.270 reais.
Fonte: Quatro Rodas Por Vitor Matsubara | Fotos: divulgação
Honda Civic Si sairá de linha ano que
vem
O Honda Civic Si deverá sair de linha em breve, segundo o site da Auto Esporte. A publicação afirma que fontes ligadas à Honda dizem que a baixa demanda pelo esportivo não justifica o investimento.
E assim se vai um dos pouquíssimos esportivos de até 100.000 reais que se pode comprar aqui no Brasil. A próxima geração do Civic manterá apenas o motor 1.8 16v.
Calor do escapamento gera
eletricidade e diminui consumo do
carro
Pesquisadores estão desenvolvendo um sistema que usa o calor do escapamento de um carro para gerar eletricidade, reduzindo o consumo de combustível do veículo.Xianfan Xu, da Universidade Purdue, nos Estados Unidos, afirma que a eletricidade gerada a partir do calor do escapamento é suficiente para recarregar as baterias do carro.Em um carro comum, isso equivale a dispensar a carga representada pelo alternador, que consome uma parte da potência do motor para manter as baterias carregadas.Em um carro híbrido, a energia pode ser usada da mesma forma que o sistema KERS da Fórmula 1.
Materiais termoelétricos
A equipe está desenvolvendo uma nova geração de materiais termoelétricos - materiais que geram eletricidade a partir de um diferencial de temperatura.O protótipo, que está sendo construído em parceria com a GM, será instalado no sistema de exaustão, depois do conversor catalítico, aproveitando os gases que chegam até lá a cerca de 700 graus Celsius.Os materiais termoelétricos conhecidos atualmente não conseguem suportar as temperaturas mais elevadas no interior do próprio catalisador, que alcançam até 1.000 graus Celsius.Segundo os cálculos dos cientistas, a energia gerada a partir do calor do escapamento será capaz de gerar uma economia de combustível de 5%. Quando os materiais termoelétricos de alta temperatura (~1.000º C) já estiverem disponíveis, a economia pode saltar para 10%.
Transferência de calor
O material termoelétrico está contido em pequenas pastilhas, com poucos centímetros de largura, projetadas em formatos especiais para se encaixarem no interior das tubulações."Elas são otimizadas para funcionar de forma eficiente a diferentes temperaturas, que vão caindo conforme o gás flui ao longo do sistema de escapamento," explica Xu.Transformar o calor em eletricidade não é o único desafio do projeto. Os cientistas estão tendo que ajustar os materiais usados nas pastilhas e no próprio sistema de exaustão para minimizar as diferenças de expansão e contração de cada material quando eles se aquecem e se resfriam.Outra dificuldade é desenvolver materiais que sejam pobres condutores de calor. O material termoelétrico gera eletricidade quando há diferença de temperatura entre suas duas faces: se o calor fluir muito rapidamente de um lado para o outro, sua eficiência cai dramaticamente."O maior desafio é o projeto em nível de sistema - como otimizar tudo para conseguir o maior calor possível do sistema de exaustão," diz Xu. "O escapamento do carro tem que transferir o maior calor possível para o material."
Metais misturados
Os pesquisadores estão usando primariamente um material chamado escuterudita (skutterudite), um mineral natural que é um arseneto de cobalto - formado por cobalto, arsênio, níquel e ferro.Os cientistas descobriram que a adição de elementos de terras raras - lantânio, césio, neodímio e érbio - reduzem a condutividade termal da escuterudita.Mas como os elementos de terras raras puros são muito caros, o grupo está tentando substituí-los por uma mistura dessa família, reunidos em ligas conhecidas como mischmetals (do alemão "metais misturados").Cientistas alemães, em um trabalho independente, também estão tentando aproveitar o calor do escapamento dos automóveis para aposentar o alternador.